quinta-feira, 21 de julho de 2011

Das saudades

Bem olho para as palavras soltas que nos rascunhos guardei. Bem olho para dentro do cérebro, para as palavras soltas que não citei. Bem olho para dentro do coração, para as palavras soltas que não chorei.
Eu tenho sau-da-des. Tenho saudades! Aquela bela e amarga palavra que só os Portugueses sabem cantar. Tenho saudades e ainda não fui. Mas estou quase. E tenho medo. Há alturas que nada faz sentido.
Que as pessoas são extraterrestres, que eu faço uma língua que ninguém entende. 
Há alturas que só quero perder-me no teu abraço, ficar entorpecida pelo teu cheiro e fechar os olhos com força. E não sair de lá nunca mais. 
E se tiver que os abrir, que seja para ver os teus olharem para mim, para dentro de mim. 
(E se tiver que abrir a boca, que seja para te falar, que seja depois para selar os meus lábios com os teus, num beijo que nunca mais acabe.)
As saudades. A merda das saudades que já me consomem por dentro e eu ainda não fui. E tu ainda não foste.
Mas está quase. Raisparta as saudades.

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