sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Há cada um que até parece dois!

"A estupidez está difundida em tal grau que não poderia ser devida à simples geração episódica e acidental de intelectos desnutridos. Pelo contrário, a exuberância dos fenómenos estupidológicos, a sua extrema variedade, a riqueza das suas realizações ou a elegância dos seus refinamentos, tudo nos faz encontrar na estupidez mais, muito mais do que uma vacuidade, uma ausência de inteligência." - Vitor J. Rodrigues

E realmente a estupidez não tem mesmo limites. E este ano então, estou a lidar com gente idiota mais vezes do que queria. Primeiro, aparece-me uma bimba que me deixa na mão com uns trabalhos porque desiste do curso assim do nada, depois a outra porque está sempre doente ou tem sempre muito que estudar, não tem tempo para fazer trabalhos. Agora o último que saiu na rifa também é muito interessante. Muito sucintamente:
Bimbo: Oh J, não queres fazer o relatório de CadeiraX comigo?
J.: Sim, claro, não tinha ninguém e não, está bem.
(Semanas depois)
Tento combinar tudo, fica para o fim de semana "e despachamos isto" diz ele. OK.
(fim de semana)
Mando novamente mensagem:
Bimbo: ah deixa estar, eu trato disso, e no fim de semana combinamos e acertamos os pormenores.
J: Então mas é suposto fazermos isso juntos, não vais fazer tudo sozinho! No fim de semana então fazemos isso!
Bimbo: Okok, pronto.
(Semana anterior à deadline)
Mando mensagem, ligo, volto a mandar mensagem, volto a ligar, e nada.
(Sexta-feira, dois dias antes da deadline.)
Bimbo liga-me: J, desculpa mas eu vou desistir daquela merda, o prof é maluco, eu 'tou farto dele, 'tou-me a cagar, faço pro ano.
J: Pronto, ok, tu é que sabes. Mas olha, eu vou fazer na mesma e vou tentar, tenho mesmo que despachar isto.
(Quando saem as notas)
Bimbo: Zero na prática de CadeiraX? OK! Devolve-me os livros de CadeiraY. Obg.


Então mas quê, estava à espera que eu, mesmo depois de ter que fazer tudo sozinha, ainda pusesse o nome dele? Já agora, posso oferecer um cafezinho, ou alguma bebida? Não? E um pontapé no rabo, pode ser?

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Dos vizinhos #1

Da minha janela consigo ver uma pseudo-dançarina dançar em frente ao espelho, enquanto canta e atira os seus cabelos ao ar. A janela é do outro lado da rua e eu consigo ouvir...

sábado, 5 de janeiro de 2013


Há dias que apetece deitar tudo cá pra fora. Vomitar o emaranhado de palavras que se vai acumulando, juntamente com todos os sapos que somos obrigados a engolir diariamente. E chega o dia que apetece despejar o pote. Dizer ao idiota das obras que se manda mais algum piropo corre grande risco de cair abaixo do andaime, dizer ao velho rebarbado que pode bem olhar mas não é isso que faz erguer os mortos. Dizer àquele cliente chato que a merda da camisola não vai descer o preço só porque está a regatear e que a camisa não lhe fica bem porque o problema é dele que não sabe fechar a boca quando vê comida.
Há alturas que apetece mesmo dizer um valente "f*dam-se todos, que hoje o tasco está de folga e não vai abrir consultório para ninguém."
E apetece principalmente dizer àquelas pessoas, aquelas mesmas que estão a pensar, que são uma cambada de inúteis, egoístas e hipócritas, escumalha da mais baixa que há. Que se lhes nascesse uma borbulha por cada facada que dão pelas costas, muito provavelmente já não haveria um milímetro livre em todo o corpo.
E que não adianta partilhar frases profundas, nem músicas lamechas, nem imagens fofinhas porque toda  a gente sabe bem a escória que são.
Mas não, nunca, muito especialmente nesses dias, se destrava a língua. Pelo contrário, abre-se bem a goela, porque nesses dias, especialmente nesses dias, os sapos vão custar a engolir.