quarta-feira, 20 de março de 2013

"Sair de casa e ser independente"

"Sair de casa e ser independente" não é assim tão fácil como parece. Dizer é fácil, pois claro, mas fazê-lo não. Mesmo com noção de que o dinheiro custa a ganhar, mesmo com a noção que há contas para pagar ao fim do mês, "Sair de casa e ser independente" é diferente, porque é lidar com a Realidade. 
E sei disso porque o fiz. Acabei a licenciatura, estava numa fase da minha vida que queria mais e menos. Queria mais "liberdade", e queria dar menos "preocupações", menos "despesas"
Os meus pais recearam, mas aceitaram, pois afinal de contas, é a "minha vida, minha decisão". E no inicio não custou muito. Depois de apartamento pronto, contratos feitos, as despesas começaram a vir e o salário a sumir. Nunca passou dos 500€/mês mas dava. Deu para ir passear até à Bélgica. Depois foi mudança de emprego. E os 500 desceram para 300€. É chegar para pagar a luz, a água, o gás, a internet, a renda. É chegar para pagar as despesas. Veio o cão. É chegar para lhe comprar comida, dar-lhe as vacinas, ir ao veterinário. Depois foi preciso seguro de saúde. É chegar para o pagar. Depois o computador avariou. É chegar para pagar também o computador novo. O emprego não chega, é procurar por um segundo, para pagar as contas e sobrar dinheiro para comer e para guardar, "só em caso de ser preciso"
Por cima de tudo, é pensar no mestrado - que se não fossem os pais terem insistido em pagar as propinas, "pelo menos", por esta altura já tinha desistido. 
É chegar à noite a casa, e apesar de ter o meu cromito e o nosso patudo à espera, estar exausta e só querer cama, mas ainda ter que fazer o jantar e preparar tudo para o dia seguinte.
No meio de tudo, é ter uma casa para manter arrumada, limpa. É roupa para lavar, passar. É manter o frigorífico e os armários com um nível alimentício aceitável. (Graças a Deus que os pais têm o bendito do quintal, o que ajuda com muita coisa).
E isto tudo é uma merda - perdoem-me o francês - e custa. Às vezes dá vontade de fechar os olhos e quando acordar estar tudo direito, com a conta cheia de dinheiro, sem ter que o contar bem contadinho.
Quando antes, nuns minutos livres, percorria páginas na internet a ver roupa e acessórios, agora é a procurar o segundo emprego que se consiga encaixar entre o actual e o mestrado.
Porra, como estou cansada.

segunda-feira, 4 de março de 2013

#A minha primeira vez...a entregar IRS

Pois é. Estamos em tempo de vacas magras e em Agosto de 2012 ganhei cojones e saí de casa. Tinha acabado a licenciatura e ia começar o mestrado, portanto achei que era hora de parar de dar despesas aos pais. Acabou por não ser bem assim visto que insistiram em pagar-me as propinas...E se não fossem eles não as teria conseguido pagar.
Ora então, comecei por trabalhar numa loja de roupa, num centro comercial, com horários de treta e uma boss vacarrona, pelo que 2 meses depois pus-me a andar de lá para fora. Mas ganhava muita bem, isso ganhava. Tive um mês de "férias" e entretanto fui para um emprego bastante diferente: vendedora porta a porta. 
Portanto passei de receber ordenado base, direitinho, e com contrato de trabalho, para um emprego a recibos verdes, sem ordenado base, sem garantias, sem nada. Foi drástico, é verdade, mas até estou a gostar, apesar das inseguranças, apesar das pessoas que apanho, apesar de ate agora receber pouco. 
Mas adiante, onde eu queria chegar é: sei que tenho que meter o IRS na segunda fase, por ter estado a recibos verdes (passei o primeiro em Dezembro). Mas e o resto? É que eu não me entendo com os IVA's e essas coisas todas...Ouço frases como "descontar pro IRS", "descontar o IVA", "descontar para a segurança social". E eu fico como um burro a olhar para um palácio. 
Sim, já fiz perguntas sobre isso, já googlei, mas nestas coisas eu sou mesmo lerdinha lerdinha lerdinha, e se houvesse por aí uma alma caridosa que me dissesse sem palavras caras e sem rodeios o que tenho que fazer, epa, até lhe dava um beijinho!

Anyone?:)