quarta-feira, 4 de março de 2020

De mim para mim. De mim para ti. De mim para quem precisar de ouvir tudo isto e talvez mais.


Quando te sentires cinzenta como uma manhã de chuva e nevoeiro:
Aprendi, de novo, que nada é por acaso. Que cada vez que cais e bates no fundo é apenas o embate necessário para te reergueres e iniciares a tua subida com ainda mais força e velocidade. 
Aprendi, de novo, que as desilusões são as lições que precisas para avançar mais um pouco nessa demanda que é a Vida. Que tudo o que sentimos que está a enrijecer, que está a empedernir o nosso coração, na verdade está apenas a fortalecer este músculo tão precioso e tão frágil. 
Aprendi que o universo coloca no nosso caminho as pessoas certas, não necessariamente boas ou más, apenas as certas para te acompanharem naquele momento e te entregarem, ainda que inconscientemente, o seu contributo na tua vida. 
Aprendi que a fé pode ser inabalável desde que tenhas tomado consciência de que tu és a tua única limitação e que nada nem ninguém te pode demover da tua busca pelos teus verdadeiros sonhos. Esses sonhos que sempre moraram aí dentro, entre a Rua do Coração e a Avenida da Inspiração. 
Aprendi que há caminhos que podem assombrar-te, que podem ser tão íngremes que só se ultrapassam sendo escalados, mas que não precisas - nem deves! - fazê-lo sozinha. 
Que podes - e deves! - dar a mão alguém, e está tudo bem! Está tão bem como se optares por sentar-te e recuperar fôlego antes de avançares. 
Porque aprendi também que o tempo é relativo, é medido com o teu relógio especial chamado Instinto, cujo tic-tac insististe sempre em não ouvir, mas que nunca perdeu corda nem saltou nenhum ponteiro. Um relógio especial que funciona no seu próprio fuso horário, e que o teu caminho o vai respeitar se tu também o fizeres. Não significa que estás para trás ou para a frente, ou que estás errada, apenas que estás no teu próprio fuso, no teu próprio ritmo. 
Aprendi que não é fácil, mas nada que valha a pena é. Que faz parte do nosso ADN pensar nisso, e colocar todos as opiniões alheias possíveis numa bimby de julgamentos e auto-sabotagem, mas o segredo na verdade é simples: só tens que fazer o que o teu coração te diz. Só tu podes ser o teu próprio juiz e decidir se esse caminho que estás a fazer, se essa decisão que estás a tomar é a mais acertada ou não. 
Aprendi um mantra sagrado: os outros que se fodam.
Mas a lição mais valiosa que aprendi é que por mais brilhante possa ser um luar num céu limpo e estrelado, que por mais encantador e de tirar a respiração possa ser um pôr-de-sol em pleno fim de tarde num quente dia de verão, nada terá mais luz que o teu sorriso mais puro, nada será mais avassalador que a tua gargalhada de felicidade. Sorri, ama-te e sê feliz. 

domingo, 16 de fevereiro de 2020

Como se vive sem uma Mãe?

Para muitos esta pergunta é de resposta óbvia e fácil: bem.
Para mim, é ainda não conseguir falar sem doer o peito, sem apertar a garganta e sem cerrar os dentes com força para as lágrimas não caírem.
Há três anos que ando a tentar saber não como se vive mas como se sobrevive sem ti, sem a minha Mãe, e sei que chegarei ao fim dos meus dias sem o saber.
Três anos. Já faz três anos que te levaram para longe de nós. Três anos que o mundo virou um filme a preto e branco, sem falas, sem as tuas gargalhadas, sem o arco íris do teu sorriso que se apagou e deixou para trás as memórias dos nossos dias felizes.
Tenho tantas saudades tuas, tantas que sufocam, que apertam a garganta como a mão de um assassino, estrangulam o nó dos choros tantas vezes engolidos à força de um sorriso amarelo e um “está tudo bem”. 
São tantas as saudades dos teus conselhos, de ouvir a tua voz serena, de ver o teu sorriso luminoso, de me dizeres que tudo vai correr bem. 
“Pensamento positivo atrai coisas positivas.” Se pelo menos te trouxesse de volta... 
Três anos e nada na tua partida faz sentido. 
A maior parte do tempo é como se estivesse num estado de dormência, uma dor adormecida e mascarada pelo quotidiano, pela roda viva que é a Vida, e do nada, uma pequena frase, um gesto, uma referência tem o efeito Borboleta e tudo desaba em mim. O pouco que se vai reconstruindo cai por terra. Hoje foi uma série, amanhã é uma foto nossa. Fazes-me uma falta tão grande que preciso dos meus sonhos para te ver viva e falar contigo, abraçar-te, ouvir a tua voz.
Para muitos deve ser realmente fácil viver sem uma Mãe, eu mal consigo respirar sem a minha.