Aos 9 anos escrevi um poema que foi vencedor de um concurso nacional de poesia, em 2002.
Durante todo o Ensino Básico venci concursos de poesia e prosa na escola, concursos de Língua Portuguesa. Escrevia porque gostava, e escrevia sem esforço algum. As palavras fluiam naturalmente, traduziam tudo o que me ia na alma, os sentimentos, as euforias, as tristezas. Tudo.
No Ensino Secundário continuei com o mesmo percurso. Escrevia textos para mim e para amigos meus que me pediam. Escrevia sobre as minhas paixões assolapadas de adolescente, sobre as minhas decepções amorosas como se fossem o fim do mundo, o Apocalipse. Desenhava roupa, a minha roupa. Era eu, única, auto-confiante.
Em 2009, já na Universidade, fui convidada a participar num encontro de Jovens Escritores do meu concelho. Algures entre o término do Secundário e o início do Ensino Superior perdi-me.
Parei de desenhar, a ponto de se pegar agora num lápis só saem gatafunhos dignos de um ser com QI inferior a 50.
Parei de escrever. As palavras já não saem naturalmente. Saem pressionadas, quando me obrigo a escrever algo.
E isso revolta-me, porque sinto que perdi a minha identidade. Perdi o que melhor sabia fazer.
2 comentários:
Vai escrevendo. Vai-te obrigando. Um dia sairão naturalmente. É mesmo assim.
Eu gosto quando escreves. Quando escreves assim com o coração. Gosto quando escreves banalidades, mas quando escreves com o coração, dás voz (ou neste caso palavras) às mil e uma coisas que me atravessam a alma a 200km/h e não consigo descrever. Resumindo, gosto quando escreves... não pares.
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