"Jóias dos signos. Personalidade dos signos. Carro dos signos. Anéis dos signos. Unhas dos signos."
E merda dos signos não?
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
domingo, 8 de janeiro de 2012
Entretanto...
Tenho prazer em escrever. É dos poucos hábitos que tenho que não são dispendiosos. Não é regular, mas quando é para ser, é a sério. Gostava de escrever mais, não em quantidade mas em qualidade. E se calhar nem em qualidade, mais em significado, mais em desabafo. Porque por muito que o acto de passar para o papel (computador) o que me vai na alma seja aliviante, nunca é suficiente. Fica sempre aquém do que deveria ser. Fica sempre algo por dizer. Ainda virão os tempos em que nada disto irá acontecer, já não serão precisas palavras, já haverão leitores de pensamentos, de emoções, de dor, e de mais qualquer coisa.
Entretanto, continuo a ficar pelo pouco que sou capaz de "deitar cá pra fora". Continuo sem conseguir dizer tudo o que queria, continuo a desejar saber escrever mais. E continua cá dentro o que gostaria de conseguir dizer-te. Continuam em sentimentos o que não consigo demonstrar em palavras.
Entretanto, continuo a ficar pelo pouco que sou capaz de "deitar cá pra fora". Continuo sem conseguir dizer tudo o que queria, continuo a desejar saber escrever mais. E continua cá dentro o que gostaria de conseguir dizer-te. Continuam em sentimentos o que não consigo demonstrar em palavras.
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Do que me vai no coração
Eu amo a minha mãe e o meu pai de igual forma, mas de forma diferente. Do mesmo jeito que qualquer filho ama o pai e a mãe de forma igual, mas diferente, porque eles são diferentes.
A minha mãe sofre, há já muitos anos de uma doença crónica, a Fibromialgia. Para quem não sabe, esta doença é muito complicada e muito mal entendida - eu própria não entendo. Provoca dor, 24 horas por dia, 7 dias por semana. Dói tudo, e tudo dói. Usar brincos dói, descascar uma batata dói, usar roupa com costuras salientes dói. É uma doença auto-imune (o corpo não reconhece as próprias células e atacas-as, como se fossem parasitas). Os cientistas não entendem e não conseguem chegar a uma cura milagrosa. A doença ataca essencialmente mulheres, e para além de provocar dores, tem muitos mais efeitos. Tem efeitos no sistema nervoso, no sono, na pele, no sistema digestivo, no cérebro. Basicamente tudo.
Sempre tivemos forma de ser e estar diferentes, o que sempre provocou algumas divergências entre nós. A entrada da minha mãe na menopausa veio agravar ainda mais o feitio dela, assim como a doença. Essa entrada coincidiu com a minha entrada na universidade, e com o início de uma nova fase na minha vida: viver sozinha.
Quem vai viver sozinho cria hábitos próprios, horários próprios. E foi difícil adaptar esses meus novos hábitos, cada vez mais fortes, à vida em casa. Resultado: mais divergências.
Eu amo a minha mãe, amo mesmo, mas por vezes torna-se impossível co-habitarmos o mesmo espaço. Porque somos cada mais diferentes. E eu ralo-me com ela, pois não devia fazer esforços e continua a fazer. Criou paredes em torno de si mesma, as quais nem eu nem o meu pai conseguimos atravessar. Queremos ajudar, queremos poder fazer algo, mas a sensação de impotência é cada vez maior e mais forte.
Esqueci-me de mencionar que sou muito parecida com o meu pai, em tudo. Inclusive na forma de reagir quando não conseguimos algo ou somos ignorados - perdoem o meu francês, mas ficamos fodidos. E isso nota-se nas nossas palavras, nos nossos gestos, no nosso rosto.
A doença vai agravando, a minha mãe vai ficando cada vez mais depressiva, mais pessimista, mais fechada. Eu quero tentar fazer algo, mas é cada vez mais difícil, e cada vez me sinto mais incapaz e mais ignorada. E mais fico furiosa. Cada vez há mais zangas, cada vez passo mais tempo sozinha no quarto.
É uma revolta? É egoísmo? Não sei. Mas cada vez "não dá" mais. E cada vez me sinto pior. Do fundo do coração.
Mas Mãe, eu amo-te.
A minha mãe sofre, há já muitos anos de uma doença crónica, a Fibromialgia. Para quem não sabe, esta doença é muito complicada e muito mal entendida - eu própria não entendo. Provoca dor, 24 horas por dia, 7 dias por semana. Dói tudo, e tudo dói. Usar brincos dói, descascar uma batata dói, usar roupa com costuras salientes dói. É uma doença auto-imune (o corpo não reconhece as próprias células e atacas-as, como se fossem parasitas). Os cientistas não entendem e não conseguem chegar a uma cura milagrosa. A doença ataca essencialmente mulheres, e para além de provocar dores, tem muitos mais efeitos. Tem efeitos no sistema nervoso, no sono, na pele, no sistema digestivo, no cérebro. Basicamente tudo.
Sempre tivemos forma de ser e estar diferentes, o que sempre provocou algumas divergências entre nós. A entrada da minha mãe na menopausa veio agravar ainda mais o feitio dela, assim como a doença. Essa entrada coincidiu com a minha entrada na universidade, e com o início de uma nova fase na minha vida: viver sozinha.
Quem vai viver sozinho cria hábitos próprios, horários próprios. E foi difícil adaptar esses meus novos hábitos, cada vez mais fortes, à vida em casa. Resultado: mais divergências.
Eu amo a minha mãe, amo mesmo, mas por vezes torna-se impossível co-habitarmos o mesmo espaço. Porque somos cada mais diferentes. E eu ralo-me com ela, pois não devia fazer esforços e continua a fazer. Criou paredes em torno de si mesma, as quais nem eu nem o meu pai conseguimos atravessar. Queremos ajudar, queremos poder fazer algo, mas a sensação de impotência é cada vez maior e mais forte.
Esqueci-me de mencionar que sou muito parecida com o meu pai, em tudo. Inclusive na forma de reagir quando não conseguimos algo ou somos ignorados - perdoem o meu francês, mas ficamos fodidos. E isso nota-se nas nossas palavras, nos nossos gestos, no nosso rosto.
A doença vai agravando, a minha mãe vai ficando cada vez mais depressiva, mais pessimista, mais fechada. Eu quero tentar fazer algo, mas é cada vez mais difícil, e cada vez me sinto mais incapaz e mais ignorada. E mais fico furiosa. Cada vez há mais zangas, cada vez passo mais tempo sozinha no quarto.
É uma revolta? É egoísmo? Não sei. Mas cada vez "não dá" mais. E cada vez me sinto pior. Do fundo do coração.
Mas Mãe, eu amo-te.
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